Batalha de ideias |
Segunda, 10 Outubro 2011 01:00 |
Primeira Linha - Quando se cumprem 44 anos do assassinato na Bolívia do revolucionário Ernesto Guevara de la Serna, Che, por ordem da CIA, divulgamos na nossa língua o trabalho “Guerra e populaçom camponesa”, publicado no diárioRevoluçom em 1959. O viver continuado em estado de guerra cria na consciência do povo umha atitude mental para se adaptar a esse fenómeno novo. É um longo e doloroso processo de adaptaçom do indivíduo para poder resistir a amarga experiência que ameaça a sua tranquilidade. A Serra Maestra e outras novas zonas libertadas tivérom que passar também por esta amarga experiência. A situaçom camponesa nas zonas agrestes da serra era simplesmente horrível. O colono, vindo de longinquas regions com afáns de libertaçom, terá curvado as costas sobre as tumbas novas que arrancava o seu sustento, com mil sacrifícios, terá feito nascer as matas de café das lombas íngremes onde é um sacrifício o tránsito para o novo; todo com o seu suor individual respondendo ao afám secular do homem por ser dono do seu pedaço de terra; trabalhando com amor infinito esse risco hostil que tratava como umha parte de sí mesmo. De repente, quando as matas de café começavam a florescer com o grao que era sua esperança, aparecia um novo dono dessas terras. Era umha companhia estrangeira; um geófago local ou algum aproveitado especulador inventava a dívida necessária. Os caciques políticos, os chefes de posto trabalhavam como empregados da companhia ou o geófago prendendo ou assassinando qualquer camponês demasiado rebelde às arbitrariedades. Esse panorama de derrota e desolaçom foi o que entromaos para o unir à derrota, produto de nossa inexperiência, na Alegria de Pio (o nosso único revés nesta longa campanha, a nossa cruenta liçom de luita guerrilheira). O camesinato viu naqueles homens macilentos cuja barba, agora lendária, começava a aflorar, um companheiro de infortúnio, um novo golpeado polas forças repressivas, e nos deu a sua ajuda espontánea e desinteressada, sem esperar nada dos vencidos. Passárom os dias e a nossa pequena tropa de já aguerridos soldados mantivo os triunfos da Prata e Palma Mocha. O regime reagiu com toda a sua brutalidade e o assassinato camponês fijo-se em massa. O terror desatou-se sobre os vales agrestes da Serra Maestra e os camponeses retraírom a sua ajuda; umha barreira de mútua desconfiança aparecia entre eles e os guerrilheiros; aqueles polo medo à represália, estes por temor às delaçons dos timoratos. A nossa política, nom obstante, foi justa e compreensiva e a populaçom guajira iniciou a sua viragem de volta à nossa causa. A ditadura, na sua desesperaçom e no seu crime, ordenou a reconcentraçom das milhares de famíliasguajiras da Serra Maestra às cidades. Os homens mais fortes e decididos, quase todos os jovens, preferírom a liberdade e a guerra à escravatura e a cidade. Longas caravanas de mulheres, nenos e velhos peregrinárom polos caminhos serpenteantes onde tinham nascido, baixárom ao plano e fôrom acantoados nos arrabaldos das cidades. Pola segunda vez, Cuba vivia as páginas mais criminosas da sua história: a reconcentraçom. Primeiro a ordenou Weyler, o sanguinário espadom da Espanha colonial; agora o mandava Fulgencio Batista, o pior dos traidores e dos assassinos que conheceu América. A fame, a miséria, as doenças, as epidemias e a morte, dizimárom os camponeses reconcentrados pola tirania; ali morrêrom nenos pola falta de atençom médica e de alimentaçom, quando a uns passos deles estavam os recursos que puiderom salvar as suas vidas. O protesto indignado do povo cubano, o escándalo internacional e a impotência da ditadura em derrotar aos rebeldes, obrigárom o tirano a suspender a reconcentraçom das famílias camponesas da Serra Maestra. E outra vez voltárom às terras onde tinham nascido, miseráveis, doentes e dizimados, os camponeses da Serra. Se antes tinham sofrido os bombardeios da ditadura, a queima de sua choupana e o assassinato em massa, agora conheceram a desumanidade e barbárie de um regime que os tratou pior do que a Espanha colonial os cubanos da guerra independentista. Batista superara Weyler. Os camponeses voltárom com umha decisom inalterável de luitar até vencer ou morrer, rebeldes até a morte ou a liberdade. A nossa pequena guerrilha de extraçom cidadá começou a se colorear de chapéus de yarey; o povo perdia medo, dicidia-se à luita, tomava decididamente o caminho da sua redençom. Nesta mudança coincidia a nossa política para o campesinato e os nossos triunfos militares que nos mostrava já como umha força imbatível na Serra Maestra. Postos na disjuntiva, todos os camponeses elegerom o caminho da Revoluçom. A mudança de carácter da que falávamos antes mostrava-se agora em toda a sua plenitude: a guerra era um facto, doloroso sim, mas transitório; a guerra era um estado definitivo dentro do qual o indivíduo devia adaptar-se para subsistir. Quando a populaçom camponesa o comprendeu, iniciou as tarefas para enfrentar as circunstâncias adversas que se apresentariam. Os camponeses voltárom aos seus conucos abandonados, suspenderom o sacrifício dos seus animais guardando-os para épocas piores adaptárom-se também as metralhadas selvagens, criando cada família o seu próprio refúgio individual. Habituárom-se também às periódicas fugas das zonas de guerra, com famílias, gado e enseres, deixando ao inimigo só a choupana para que cebaram o seu ódio convertindo-o todo em cinzas. Habituárom-se à reconstruçom sobre as ruínas fumegantes da sua antiga moradia, sem queixas, só com ódio concentrado e vontade de vencer. Quando se iniciou a repartiçom de reses para luitar contra o cerco alimentar da ditadura, cuidárom os seus animais com amorosa solicitaçom e trabalhárom em grupos, estabelecendo de facto cooperativas para transladar o gado a lugar seguro, doando também os seus potreiros, e os seus animais de carga ao esforço comum. Num novo milagre da Revoluçom, o individualista acérrimo que cuidava celosamente os limites da sua propriedade e do seu direito próprio, unia-se, por imposiçom da guerra, ao grande esforço comum da luita. Mas há um milagre maior. É o reencontro do camponês cubano com a sua alegria habitual, dentro das zonas libertadas. Quem foi testemunha dos apoucados cochicheios com que as nossas forças eram recebidas em cada casa camponesa, nota com orgulho o clamor despreocupado, a gargalhada alegre do novo habitante da Serra. Esse é o reflexo da segurança em sim mesmo que a consciência da sua própria força deu aos habitantes de nossa porçom libertada. Essa é a nossa tarefa futura: fazer retornar ao povo de Cuba o conceito da sua própria força, da segurança absoluta em que os seus direitos individuais, apoiados pola Constituiçom, som o seu maior tesouro. Mas ainda que o voo dos sinos anunciará a libertaçom a volta da antiga gargalhada alegre, de despreocupada segurança que hoje perdeu o povo cubano. |
hojas abiertas artefactos de tinta bombas de rabia gritos pintados con la ternura de los ojos estampados en la cara oculta del espectacular progreso lunas partidas para desnudar la mercaduria tiznada por las manos rotas añicos y astillas del dolor y restos intactos de la abundancia que nos idiotiza hasta matarnos de hambre.
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(Pienso, hablando legalmente, que hay una razón muy sólida para enjuiciar a todo presidente norteamericano desde la segunda guerra mundial. Todos han sido francos criminales o han estado involucrados en serios crímenes de guerra.) Chomsky
Monday, October 10, 2011
“Guerra e populaçom camponesa” no 44 aniversário do assassinato do Che
“Guerra e populaçom camponesa” no 44 aniversário do assassinato do Che
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